São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Psicólogos lidam com pânico dos executivos

GILBERTO DIMENSTEIN
DE NOVA YORK

Fusões como a do Chase Manhattan com o Chemical Bank, acompanhadas de demissões de executivos e gerentes, são apenas uma amostra do que vem acontecendo, no geral, na economia.
Apenas neste ano, registraram-se sete fusões entre os 50 maiores bancos dos EUA.
Os sindicatos calculam que, apenas neste ano, em Nova York serão dizimadas 12 mil vagas nos bancos.
A mais recente onda econômica estimula a insegurança entre os trabalhadores de posição mais elevada nas empresas -os chamados "colarinhos brancos".
Até pouco tempo, eles só viam a poda de empregos nos segmentos mais baixos.
Para aumentar o desconforto, são lançadas teses catastróficas. Com um livro intitulado "O Fim do Trabalho", Jeremy Rifkin prevê: com a sofisticação tecnológica, em breve as economias industrializadas vão dispensar mais e mais trabalhadores.
Nunca a tecnologia correu tão rapidamente em toda a história.
Diante da abundância de "matéria-prima", os psicólogos estão aprendendo a lidar cada vez melhor com uma reação que, no geral, combina depressão e perda da auto-estima, afetando não apenas a disposição ao trabalho, mas a vida sexual e familiar.
O temor do desemprego acabou por produzir uma xenofobia. Até agora, o imigrante fazia o serviço que o americano não queria. Mas, agora, passou a vê-lo como concorrente e, no Congresso, dominado pelos republicanos, é preparada uma dura ofensiva.
Chega-se ao ponto de propor que as escolas denunciem os filhos de pais ilegais. Na prática, isso tiraria os alunos das escolas, jogando 60 mil crianças na rua apenas em Nova York.

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