São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Aviões complicam a vida de ministros

PAULO SILVA PINTO
GABRIELA WOLTHERS

PAULO SILVA PINTO; GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em apenas uma semana, a frota de aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) utilizada para o transporte de autoridades atrapalharam a vida dos ministros do governo Fernando Henrique Cardoso.
José Serra (Planejamento) esteve na última segunda-feira em São Paulo. Às 19h, quando retornaria a Brasília, recebeu no aeroporto de Congonhas aviso sucinto: o avião não levantaria vôo. O jato HS da FAB estava com uma janela trincada e corria risco de despressurização, a 10 mil metros de altura.
Uma hora depois, Serra embarcou, então, em um jatinho, emprestado pelo governador Mário Covas (PSDB). Chegou atrasado a um jantar em que era anfitrião.
O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, também viajou na segunda-feira no avião reservado para ir de Brasília a Teresina (PI).
O turboélice Brasília da viagem teve de ser substituído por um HS "por motivos técnicos".
Como o HS tem capacidade menor -seis lugares contra 16 do Brasília executivo-, alguns passageiros não puderam embarcar.
O Grupo de Transporte Especial da FAB recebeu os primeiros HS em 1970. A idéia, à época, era evitar que ministros usassem aviões de carreira, diminuindo riscos de sequestro por guerrilheiros.
A FAB continua com os primeiros HS -são oito hoje- e informa que eles e toda a frota estão em "perfeitas condições de operação". Existem mais nove Lear Jet, com até oito anos de uso. Há ainda dois Boeing 737, com 20 anos de uso, para viagens do presidente.
Segundo nota do Ministério da Aeronáutica, não é possível ter aviões mais novos devido a "restrições orçamentárias". "Qualquer Força Aérea gostaria de dispor de aeronaves de última geração em sua frota", diz a nota.

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