São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil paga mais do que o México

DA REPORTAGEM LOCAL

Na terça-feira, os bancos centrais do Brasil e do México venderam títulos de curto prazo (35 e 28 dias, respectivamente). O Brasil pagou 9,5 pontos percentuais a mais do que os mexicanos (43,4% brutos ao ano contra 33,9%).
O México quebrou em dezembro. A inflação mexicana foi de 1,66% em agosto, acumulando 37,5% no ano.
A taxa no Brasil é menor no ano, acumulando, segundo dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), 17,65%. Para este mês, os analistas projetam um índice ao redor de 1%.
A economia mexicana vive uma profunda recessão e, segundo as projeções da Morgan Stanley, deve fechar o ano com um recuo de 4,5% no PIB (Produto Interno Bruto, uma medida da riqueza nacional). No Brasil, o PIB deve crescer mais de 5% -graças ao desempenho do primeiro semestre.
O quadro recessivo mais pronunciado no México não é suficiente para explicar a diferença de custo na rolagem das respectivas dívidas.
A culpa é do governo brasileiro, segundo ex-diretor do Banco Central Pedro Bodin, atualmente no Banco Icatu.
"O BC foi conservador demais na queda dos juros."
Em julho, afirma, já havia sinais de desaceleração do nível de atividade da economia.
Dizendo ser difícil julgar, porque "parece que estamos falando de uma obra acabada", Bodin acredita, porém, que foi melhor o governo ter errado "por excesso".
"Foi um bom erro", afirma, explicando que, agora, "a inflação está no chão".

Texto Anterior: Mercado futuro prevê queda livre dos juros
Próximo Texto: Bancos prevêem a recuperação do crediário dentro de 60 dias
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.