São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Taxa-over é fonte de confusão

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

O mercado financeiro trabalha há anos no Brasil na ciranda do dia-a-dia. Para que os negócios convivam com o vaivém rápido do dinheiro existe a chamada taxa-over dos juros, mera referência de cálculo que, muitas vezes, é confundida com a taxa efetiva.
Num mês de 21 dias úteis, taxa-over de 5% equivale a 3,56% de juros efetivos. Divididos por 30, os 5% resultam em 0,1667% ao dia útil, que acumulado por 21 vezes chega aos 3,56%.
Nos EUA, por exemplo, com inflação muito baixa, o cálculo não é de juros compostos. Trabalha-se com juros simples. 12% ao ano dão 1% ao mês. No Brasil, correspondem a 0,9489% ao mês, que capitalizado chega aos 12% anuais -é o teto no SFH.
O matemático financeiro e consultor de bancos José Dutra Vieira Sobrinho, do tempo em que os juros no Brasil eram como nos EUA, entende já ser hora, no Brasil, de voltarem os juros simples.
No mercado financeiro os valores também são mais compridos. De chofre, um cidadão comum responde que o dólar, por exemplo, está em R$ 0,95. Outro, mais atento ao mercado, diz R$ 0,951. Para um banco que opera com câmbio pode ser R$ 0,9513. Pode-se ganhar ou perder na quarta casa após a vírgula.

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