São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Desaquecimento faz cair preço pedido em SP

Inquilinos de imóveis não-residenciais que vêm sendo pressionados pelo proprietário para aceitarem reajustes exorbitantes no valor do aluguel devem usar um argumento forte na tentativa de acordo: preços muito altos não estão se sustentando.
O aquecimento da economia após o Real fez com que o preço inicial pedido nos aluguéis comerciais subisse acima da inflação, apesar de a relação entre oferta e procura, neste tipo de locação, não estar desequilibrada como na área residencial.
De agosto de 94 a julho de 95, segundo pesquisa da Hubert Imóveis e Administração, os preços para aluguel de escritórios em São Paulo aumentaram, em média, 53,30%, contra 23,80% da inflação medida pelo IGP-M.
A maior alta ocorreu na região do Centro Velho, nas imediações da praça João Mendes, com 80,14%. No Centro Novo (lado da praça da República) alcançou 60,68%, na região da av. Paulista 62,07% e na da av. Faria Lima, 39,51%.
Em julho passado, entretanto, pela primeira vez em um ano houve queda dos preços propostos em todas as regiões pesquisadas. Na média o preço caiu 12,16%.
Caíram tanto os preços iniciais quanto a procura, afirma Hubert Gebara, diretor da administradora.
Nos últimos meses, segundo ele, os preços vinham se recuperando das perdas entre 1991 e 1994, mas em julho a tendência se inverteu, devido à retração das atividades em todos os setores da economia.
Para José Roberto Graiche, presidente da Aabic (associação que reúne administradoras de imóveis e condomínios), hoje há uma superoferta de imóveis comerciais. Pequenas empresas estão fechando e muitos profissionais liberais foram trabalhar em casa.
Numa situação dessas, nem sempre é vantagem tirar o inquilino, afirma. Corre-se o risco de ficar com o imóvel vago por bom tempo. A queda dos preços evita que os proprietários fiquem pressionando os inquilinos, diz ele.

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