São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Reajustes antes do Real explicam cesta estável

A cesta básica medida pelo Procon-Dieese na cidade de São Paulo recuou 4,92% desde o início do Plano Real, em julho do ano passado, até a última quarta-feira. Só em 1995, o custo médio mensal subiu de R$ 98,87 para R$ 102,64.
Vários fatores contribuíram para a queda em 14 meses. A estabilidade no preço dos alimentos é o principal motivo. Este setor recuou 6,40% do começo do plano até quarta-feira, segundo dados da pesquisa feita diariamente 70 supermercados da capital.
A queda nesse período pode ser creditada ao recuo de 18 produtos dos 22 produtos deste segmento. Os alimentos respondiam por R$ 80,19 do custo médio da cesta na última quarta-feira: R$ 101,16.
Os produtos com as maiores baixas foram açúcar, pacote de 5 kg. (-34,29%), feijão carioquinha (-27,96%) e batata (-22,64%). As maiores altas ficaram com produtos como a cebola, que subiu neste período 51,02%, e o alho, 30,86%. A carne de primeira ficou 20,06% mais cara.
A ausência de inverno rigoroso, juntamente com o desaquecimento do consumo, têm levado os preços a cair.
Para José Maurício Soares, coordenador do ICV do Dieese, os produtos da cesta básica foram elevados de forma especulativa no período que antecedeu de implantação do Real. Na virada de junho para julho de 94 a cesta foi a R$ 106,40.
"Em dezembro de 93, quando o governo anunciou as novas medidas econômicas, o custo médio da cesta era de 84,65 URVs (Unidade Real de Valor). A partir daí as elevações foram constantes", diz ele.
Soares acha que o custo médio deve se estabilizar em torno de R$ 100 nos próximos meses.
O consumidor que tiver fôlego e disposição para pesquisar pode comprar a cesta básica pelo custo mínimo de R$ 70,46. Este é o menor valor encontrado pela pesquisa para os 31 produtos da cesta.
O custo máximo atinge os R$ 150,33. A diferença vai a 113,36%.

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