São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Exxon contesta pena por óleo no Alasca

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A empresa Exxon deve solicitar um novo julgamento pelo derramamento de óleo do navio Exxon Valdez no Alasca (EUA) em 1989.
Segundo a empresa, houve coerção sobre os jurados para que condenassem a Exxon a pagar uma multa de US$ 5 milhões.
A Exxon faz a afirmação em uma petição junto a um tribunal dos EUA, obtida pela agência "Reuter".
No julgamento realizado no ano passado, o júri responsabilizou a Exxon e Joseph Hazelwood, ex-capitão do petroleiro Exxon Valdez, pelo vazamento de mais de 40 milhões de litros de óleo.
Além da multa de US$ 5 milhões -a maior já aplicada por um tribunal dos EUA-, o júri ordenou que fossem pagos US$ 287 milhÕes como compensação a cerca de 10 mil pescadores de arenque e salmão. Hazelwood teve de pagar US$ 5.000 por danos.
O ataque da Exxon à integridade do júri começou no início do ano, depois que o jornal "Anchorage Daily News", do Alasca, publicou detalhes das deliberações.
Em sua moção, a Exxon diz que os jurados discutiram inadequadamente a revogação de condenações contra Hazelwood por dirigir embriagado e a perda de sua carteira de habilitação. Essas provas haviam sido retiradas do julgamento.
Além disso, os jurados, enfraquecidos pelo estresse do julgamento, teriam sido, segundo a Exxon, sujeitos a "uma série de ameaças rudes e eventos suspeitos, com peixe morto colocado nos jardins do tribunal".
"Não dúvida que alguns jurados viram os salmões como mensagens de pessoas interessadas nos resultados do julgamento", diz a moção da Exxon.
Segundo a empresa, um dos jurados não poderia ter tomado parte no júri, por já ter sido julgado por uso de maconha.
Os jurados negaram ter havido conduta imprópria ou coerção externa. Os peixes mortos, por exemplo, foram atribuídos a uma distribuição feita por uma entidade de caridade nas redondezas.
Segundo Dave Oesting advogado dos milhares de pescadores, nativos do Alasca e outros prejudicados, a moção da Exxon deve ser desafiada.
A empresa não solicitou um novo julgamento para a fase que resultou na compensação dos pescadores -um total que acabou sendo reduzido a US$ 76 milhões, em função de créditos anteriores da companhia aos pescadores.

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