São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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a nova química do amor

SÉRGIO DÁVILA

Joy, seu parceiro, um jornalista que trabalha em São Francisco, é especializado em saúde, sexualidade e farmacologia. Juntos, os autores pesquisaram diversas drogas com potencial sexual, tanto as naturais quanto as sintéticas.
Remédio do futuro
Mais importante, se debruçaram sobre os chamados "efeitos colaterais sexuais" de vários medicamentos. Para isso, vasculharam mais de 10 megabytes de estudos científicos publicados (algo como 50 livros de tamanho normal e 300 páginas).
Foi quando toparam com o deprenyl, a estrela máxima do livro -ocupa 37 das 226 páginas. Nada menos que 22 dos trabalhos científicos de referência utilizados são sobre o potencial sexual da droga.
Nenhum tratava de seres humanos, mas de ratos de laboratório. Ninguém parece ter ligado para isso, no entanto. Agora, a comunidade médica internacional acusa cerca de 15 trabalhos em andamento especificamente sobre os efeitos do deprenyl na sexualidade humana.
No último Congresso Mundial de Impotência, realizado em 1994 em Cingapura, textos já tratavam do assunto. Um estudo recente, intitulado "Impotence - Diagnosis and Management of Erectile Dysfunction", cita o deprenyl como "um maravilhoso remédio do futuro".
Além do Eldepryl, a droga (ou uma variante) está presente no Jumex e no Movergan, nos EUA (média de US$ 150), e no Elepril, Jumexil, Deprilan e Niar, no Brasil (média de R$15). Mas atenção os remédios provocam efeitos colaterais e só devem ser tomados sob recomendação médica.
As opiniões não são unânimes entre os brasileiros. Roberto Frussa Filho, especialista em psicofarmacologia da Escola Paulista de Medicina e estudioso do deprenyl: "Só deve tomar um remédio quem tem alguma doença", diz. "É o óbvio".
Frussa acha absurdo que pessoas normais façam uso de uma droga em busca de seus efeitos colaterais. "E os outros efeitos, não tão agradáveis quanto a hipersexualidade?"

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