São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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'Homem está mais desconfiado do que a mulher'

SIMONE GALIB
DA REPORTAGEM LOCAL

Os anos 90 mudaram o perfil dos problemas e dos próprios clientes que batem à porta de um detetive particular. Se antes as mulheres desconfiavam mais dos seus maridos, hoje a situação é outra.
"O homem está muito mais desconfiado do que a mulher", afirma Judith Alves, detetive especializada em questões conjugais.
Mas, segundo ela, isso não significa que as mulheres traem mais: "50% dos casos envolvem homens e outros 50%, mulheres", diz. E acrescenta que o adultério costuma ser mais frequente em casamentos com mais de 15 anos.
Geralmente, diz Judith, as mulheres são mais condescendentes quando se descobrem traídas, e 75% dos casos de traição conjugal não resultam em separação. "Dizem que amam os maridos e eles acabam perdoando."
Já os homens partem para a separação. "É muito difícil perdoar a mulher que traiu, não tem volta", afirma Judith.
Medo da Aids
A detetive diz ainda que a proliferação da Aids também resulta em mais trabalho para os profissionais da investigação.
"As pessoas estão mais apavoradas. Tenho vários clientes cadastrados que já morreram, vítimas da doença. E as mulheres -principalmente- querem saber se os seus parceiros estão saindo com outras, mais por medo da Aids do que pela traição em si", afirma.
Judith, 20 anos de profissão, tem uma agência bem-conceituada, trabalha com uma equipe e continua saindo a campo para investigar pessoalmente seus casos.
Ela viaja frequentemente para o interior de São Paulo e até mesmo para o exterior em busca de seus flagrantes. No escritório, costuma ficar das 8h às 22h.
Segundo ela, dá para ganhar dinheiro. "Alguns clientes costumam dizer: resolva o caso porque eu gasto o que for preciso."
(SGa)

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