São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 1995
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Quércia critica Sarney e apóia Paes

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador paulista Orestes Quércia quer afastar a idéia de que está agindo em associação com o senador José Sarney (AP) no processo sucessório no PMDB. "O Sarney não é o santo de nossa devoção", disse Quércia.
No entender do ex-governador, o prestígio de Sarney no partido deve-se ao cargo de presidente do Congresso exercido pelo senador. "O Sarney tem alguma coisa nas lideranças, mas é fraco na base do PMDB", acha Quércia.
Sarney e Quércia, que sempre tiveram relações difíceis, afastaram-se mais ainda no processo de escolha do candidato peemedebista à Presidência da República em 94.
Por ter maior aprovação nas pesquisas eleitorais, Sarney não perdoou a insistência de Quércia em ser o candidato do PMDB. Quércia, por sua vez, julgou-se traído por Sarney, que trabalhou pela candidatura Fernando Henrique Cardoso.
Quércia reafirmou o apoio ao deputado federal Paes de Andrade (CE), que até agora é o único candidato à presidência do PMDB. "O Paes é uma pessoa excepcional. A única coisa que falam contra ele é esse negócio de Mombaça", disse Quércia.
O ex-governador referia-se ao episódio em que, ao assumir interinamente o Presidência da República durante o governo Sarney (85-90), Paes lotou com convidados um jato do Executivo e visitou sua cidade natal, Mombaça (CE).
Antes de apoiar Paes, Quércia tentou viabilizar a candidatura do senador Jáder Barbalho (PA). Jáder foi derrubado por um veto dos governadores peemedebistas.
"Os governadores foram inábeis. Não se faz uma reunião para vetar alguém", criticou Quércia, que não vê como provável o lançamento de outra candidatura para enfrentar o deputado cearense.

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