São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 1995 |
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Show de Caetano teve gafes e vaias Motta errou música; FHC saiu cedo LUIZ ANTÔNIO RYFF
O presidente assistiu à apresentação do músico em benefício do Projeto Axé -que cuida de 3.087 crianças de rua em Salvador (BA). Um dos pontos altos do espetáculo foi quando Caetano cantou "Haiti" -uma crítica à situação social brasileira. "A música é muito atual, e a reação das pessoas ainda a faz mais atual. Hoje, como havia altas personalidades políticas na platéia, sentiu-se isso redobradamente", disse o cantor. Nos bastidores, após o show, conversando com Caetano, o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, protagonizou uma das gafes da noite. "Mas você sempre disse na letra 'o Haiti não é aqui', ou só disse hoje, que o presidente estava na platéia?" Caetano teve que explicar ao ministro que o trecho sempre fez parte da letra. A história foi contada por um Caetano sorridente. Para ele, a letra da música, de 93, é atual. "Ainda acho que o Haiti é aqui e o Haiti não é aqui. Como é a letra da música". Mas essa não foi a única "saia-justa" do show. O prefeito Paulo Maluf (SP) foi o único que recebeu vaias quando Caetano citou sua presença na casa de shows Tom Brasil, onde se realizou o espetáculo. Para completar o repertório de gafes da noite, FHC foi embora antes do final. Saiu sem ouvir o agradecimento do presidente do Projeto Axé. Não teria maior relevância se o presidente não tivesse viajado de Brasília para São Paulo somente para assistir o show, como convidado de honra de Caetano e do projeto. FHC mobilizou o Boeing presidencial, policiais federais e militares, Exército e parte da estrutura de comunicação do governo para ficar pouco mais de três horas em São Paulo. O Palácio do Planalto declarou que a viagem teve "custo zero" porque o Boeing tem de fazer vôos regulares com ou sem passageiros. Texto Anterior: Ruth vai à ópera, em Paris Próximo Texto: CCJ rejeita compulsório e quebra de sigilo Índice |
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