São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 1995
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Otan amplia lista de alvos sérvios

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As forças ocidentais aumentaram a pressão contra os sérvios da Bósnia e lançaram ontem o maior ataque aéreo contra suas instalações. A Otan (aliança militar ocidental) anunciou que ampliou a lista de alvos sérvios.
No atual conflito, a Otan se aliou aos bósnios muçulmanos contra o exército da etnia sérvia, que, desde 1992, busca o reconhecimento da autoproclamada "República Sérvia da Bósnia".
Quando a atual operação começou, em 30 de agosto, a Otan tinha cerca de 25 alvos definidos. Ontem, a organização anunciou que o número será expandido até que os sérvios aceitem as condições, que incluem o fim do cerco a Sarajevo.
O chanceler bósnio, Muhamed Sacirbey, disse ter recebido informação da Otan de que soldados sérvios passariam a ser atacados, e não mais apenas suas instalações.
O governo croata disse ter conquistado a cidade de Sipovo, no oeste da Bósnia e montanhas próximas a Jajce, em poder sérvio.
O governo russo acusou a Otan de praticar genocídio contra a população sérvia da Bósnia. Sérvios e russos são tradicionais aliados, ligados pela origem eslava e pela religião cristã ortodoxa.
Os parlamentares russos pediram ao presidente Boris Ieltsin que tome "medidas vigorosas" para proteger os sérvios. Ieltsin se reuniu com assessores, mas não tomou nenhuma decisão.
Uma ação russa na ex-Iugoslávia poderia incluir até intervenção militar, como querem alguns deputados. Isso traria grande chance de o conflito se espalhar pela Europa, entre Rússia e Otan.
Comunicado da chancelaria russa disse que crianças sérvias estão sendo mortas, e que "o futuro dessa geração de sérvios da Bósnia está em questão". Os russos disseram não ter o número de baixas.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse estar investigando um documento secreto aprovado pela Otan que permitiria o bombardeio aos sérvios não só quando eles atirassem primeiro.
Segundo comunicado dos EUA, a Rússia faz "avaliação errada do que acontece". Segundo o Departamento de Estado, a ação da Otan foi planejada para evitar baixas civis e militares. Genocídio "é uma palavra de Terceiro Mundo, que não descreve o que fazemos", disse o porta-voz Ken Bacon.

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