São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995 |
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Senado negocia refinanciamento das dívidas
MARTA SALOMON; LILIANA LAVORATTI
Com os salários do funcionalismo público atrasados, os dois Estados são um exemplo que os demais querem evitar. "Os outros já estão caminhando para isso", diz o senador Carlos Bezerra (PMDB- MT), relator do "pacote" de refinanciamento das dívidas estaduais. Em linhas gerais, o pacote deve esticar os prazos de pagamento da dívida, diminuir os juros e reduzir o custo mensal com os débitos. A negociação conta com o apoio dos três maiores Estados -São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais-, todos do PSDB. Em um documento apresentado ontem, em reunião dos secretários estaduais de Planejamento na comissão de Assuntos Econômicos do Senado, os maiores endividados mostram o efeito da política de juros altos do governo a longo prazo: a dívida em títulos, chamada de "mobiliária", dá um salto gigantesco até o final dos mandatos dos governadores, em 98. "O estado é de ingovernabilidade: precisamos urgente de um anestesista e um cirurgião", disse o secretário de Alagoas, Jorge Toledo. A dívida de São Paulo, por exemplo, que já representa pouco mais da metade do Orçamento do Estado, crescerá para o equivalente a uma vez e meia o orçamento no final da administração Covas. Na sexta-feira, vence uma nova parcela de R$ 400 milhões da dívida paulista. O Senado deverá aprovar a rolagem de 98% desse valor. A solução arquitetada pelos mais endividados, que também inclui o Rio Grande do Sul, prevê prazos mais longos e juros menores. A saída seria substituir os atuais títulos do Banco Central por outros com condições de pagamento mais confortáveis. A situação de São Paulo é um pouco pior que a do Rio de Janeiro, cuja dívida representará 142% do Orçamento do Estado em 1998. Mal mesmo ficarão Rio Grande do Sul e Minas Gerais. A dívida mineira pode atingir mais de duas vezes o Orçamento do Estado. O pacote de medidas proposto pelo Senado deve atender a todos os governadores. (Marta Salomon e Liliana Lavoratti) Texto Anterior: Empreiteiras cobram retomada de obras Próximo Texto: Ex-diretores implicam o BC em empréstimos Índice |
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