São Paulo, sábado, 16 de setembro de 1995 |
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Agências multinacionais pressionaram Planalto
FERNANDO RODRIGUES
Entre as múltis que protestaram estão a Young & Rubicam e a Standard, Ogilvy & Mather. Entre as empresas nacionais, reclamaram, pelo menos, a DM9, a Salles, a DPZ e a Norton. O protesto ocorreu na segunda-feira porque nesse dia houve uma reunião entre as agências e o porta-voz e secretário de Comunicação, Sérgio Amaral. O objetivo inicial da reunião foi o de traçar uma estratégia para melhorar a imagem do Brasil no exterior, em preparação à viagem do presidente Fernando Henrique Cardoso a Europa nesta semana. Depois de discutido o que estava em pauta, publicitários fizeram uma romaria até Sérgio Amaral. Quase todos reclamaram. As multinacionais ficaram decepcionadas com o processo da concorrência. Entre outras críticas, consideraram a decisão subjetiva. A licitação da CEF foi a primeira da qual tomaram parte neste ano, depois de terem sido convidadas no início do governo FHC. Na segunda-feira, não pressionaram diretamente para que houvesse um cancelamento da concorrência da Caixa Econômica Federal (CEF). Anunciaram uma possível decisão. Soou como ameaça. As múltis disseram a Amaral que cogitavam interromper sua participação em concorrências para fazer campanhas do governo. Esse anúncio das múltis acendeu a luz vermelha no Planalto. Obviamente, essa não foi a principal razão para o cancelamento anunciado ontem. Mas pesou muito. Embora se recusem a conceder entrevistas formais sobre o assunto, as multinacionais reclamam que algumas concorrências do governo têm obstáculos demais para determinadas agências. Apesar de o cancelamento da licitação da CEF ter sido anunciado apenas ontem, há cerca de 40 dias agências nacionais e internacionais pressionavam o Palácio do Planalto para intervir. Nos bastidores, onde há a proteção da anonimidade, funcionários são acusados de privilegiar certas empresas. O secretário Sérgio Amaral ouviu isso de, pelo menos, duas renomadas agências. Na época, há cerca de um mês, Amaral disse: "Não posso tomar providência enquanto não houver um problema de fato". Texto Anterior: MPM e Denison atacam decisão Próximo Texto: Campanha sobre preços em real vai custar R$ 4 mi para governo Índice |
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