São Paulo, sábado, 16 de setembro de 1995 |
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Mercosul e Europa acertam consultas políticas
CLÓVIS ROSSI
O acerto se segue ao entendimento da véspera, na área econômico-comercial, e passará agora à aprovação de cada um dos 19 governos envolvidos. Na quinta-feira, UE e Mercosul já haviam definido as linhas de um acordo que, se implementado, conduzirá dentro de cinco ou seis anos a uma Associação Inter-Regional, a primeira do mundo, na qual o comércio entre os membros será fortemente liberalizado. Já o mecanismo de consulta política abre a possibilidade de periódicas reuniões de cúpula, ou seja, entre presidentes e/ou primeiros-ministros dos países-membros. Seria a reprodução de mecanismo adotado no Mercosul, na UE e no G-7, clube dos sete países mais ricos do mundo. O que já está acertado é a institucionalização das reuniões anuais entre os ministros de Relações Exteriores. "Serão discutidas as questões bilaterais e internacionais", resume Jório Dauster, embaixador brasileiro junto à UE. O pré-acordo na área política consolida os rápidos avanços obtidos na negociação entre Mercosul e UE. Há uma corrida contra o tempo entre a UE e os Estados Unidos para atrair primeiro o Mercosul para uma área de livre comércio, mecanismo que prevê a redução gradual das tarifas de importação. Os Estados Unidos, na cúpula de Miami, propuseram para 2005 como a constituição da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), integrada pelos 34 países americanos, com exceção de Cuba. O governo brasileiro tem menos pressa. "O Brasil acha importante essa linha de negociação. Mas ela toma tempo", disse ontem FHC. O presidente diz que a negociação com a Europa não se faz para "substituir a importância da integração hemisférica". Mas deixa claro que o Brasil quer ter todas as possibilidades à disposição: "É muito importante ter alternativas", afirmou. A alternativa Europa é sempre enfatizada por FHC. Em três ocasiões na viagem, fez questão de dizer que a UE era o principal parceiro do Mercosul, seja em termos de mercado para exportações, seja em investimentos nos quatro países sul-americanos. (CR) Texto Anterior: Presidente condiciona reforma tributária Próximo Texto: TSE considera difícil regulamentar pesquisa Índice |
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