São Paulo, sábado, 16 de setembro de 1995
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FHC propõe 'trégua' com oposição à venda da Vale no Senado em carta

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em uma manobra política conduzida de Bruxelas, o presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu ontem acalmar a oposição do Senado à venda da Companhia Vale do Rio Doce.
Sem esperar seu retorno ao Brasil, FHC enviou uma carta ao líder do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), um dos maiores críticos do projeto. Na carta, o presidente reafirma a intenção de vender a Vale, mas promete um processo cauteloso e compartilhado com o Congresso.
A forte resistência do Senado, encampada até pelo seu presidente, José Sarney (PMDB-AP), ameaça inviabilizar a venda da estatal, prevista para 1996.
Segundo apurou a Folha, o principal objetivo da carta foi conter a repercussão negativa dessa resistência política na viagem de FHC à Bélgica e à Alemanha, principalmente nos contatos que terá com empresários estrangeiros interessados no programa brasileiro de privatização.
A manobra foi um sucesso, pelo menos temporariamente. "O presidente pede tempo e não tenho porque negar", respondeu Barbalho ao divulgar a carta.
FHC informa que só em 1996 o governo receberá, de consultores especializados, a proposta de um modelo de privatização para a Vale e o destino de suas jazidas.

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