São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Detalhes revelam os riscos

MARCELO MUSA CAVALLARI
DA REDAÇÃO

A primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, pediu às ONGs de mulheres que pressionem pela aplicação das decisões da conferência de Pequim em seus países. É exatamente essa utilização dos documentos da ONU que tornam tão delicadas as negociações entre as delegações oficiais.
Pode parecer estúpido discutir se deve constar a palavra "família", por exemplo, ou "famílias" no plural. "Famílias", no entanto, pode ser usada pelo lobby homossexual em defesa de casamento legal entre pessoas do mesmo sexo.
Na discussão sobre obstáculos que as mulheres enfrentam, países africanos recusaram a palavra etnia. Quase todos os países da África subsaariana têm disputas com etnias não-reconhecidas pelos governos. Admitir etnias como obstáculo obrigaria os governos a reconhecer a discriminação.
O Canadá propôs que idioma, cultura e religião fossem incluídos como obstáculos. É um problema canadense: a província francófona do Québec, que conta com um forte movimento separatista.
A União Européia se opôs à proposta. É incômodo para franceses e espanhóis, por exemplo, que têm problemas com bascos e corsos, admitir que línguas ou culturas oficiais sejam obstáculo.

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