São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995 |
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MST acha custo muito alto
ABNOR GONDIM
Até o final de mandato de Fernando Henrique Cardoso, o governo pretende assentar um total de 280 mil famílias. Até o fim deste ano, a meta é assentar 40 mil dessas famílias. No ano que vem, seriam assentadas outras 60 mil. Em 1997, 80 mil. No último ano do mandato de Fernando Henrique Cardoso, 1998, 100 mil. "Esse valor só serve para pagar fortunas às fazendas improdutivas desapropriadas", afirma Gilberto Portes, coordenador nacional do movimento dos sem-terra. Segundo Portes, "o custo médio por família assentada no Brasil é de R$ 16 mil". "Era melhor o governo pegar esse dinheiro e entregar para a iniciativa privada fazer a reforma agrária", afirmou o deputado Abelardo Lupion (PFL-PR). Lupion é um dos coordenadores da bancada ruralista no Congresso -grupo de parlamentares ligados aos interesses dos agricultores. O presidente do Incra, Brazílio de Araújo Neto, disse que nunca a reforma agrária foi contemplada com recursos suficientes. Segundo ele, por esse motivo, a proposta visou reparar dívidas com 315 mil assentados nos 25 anos do órgão. O ministro do Planejamento, José Serra, discorda do presidente do Incra e já anunciou que o governo considera muito alto o custo de R$ 38 mil por assentamento de família. No início do mês, o ministro qualificou o valor de "um absurdo que joga contra a reforma agrária". No Orçamento do ano que vem, o Planejamento reduziu esse valor a R$ 20 mil. Esse teria sido um dos motivos para a redução do total de verbas para a reforma agrária. Em 1995, o orçamento da área foi de R$ 1,01 bilhão. Em 1996, o governo planeja gastar na área R$ 621,6 milhões. Texto Anterior: Movimento é 'profissionalizado' Próximo Texto: Pertence quer STF julgando conflitos Índice |
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