São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995
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Palmeirenses e corintianos não se misturam

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo sem a divisão de torcidas, palmeirenses e corintianos se concentraram com seus iguais.
Dois grupos numerosos se formaram no setor amarelo do Pacaembu, atrás de um dos gols do estádio.
A torcida do Corinthians, em maior número, praticamente englobou a do Palmeiras, enquanto um grupo de 20 policiais observava a movimentação do alto da arquibancada.
As duas torcidas cantaram hinos das banidas Mancha Verde, do Palmeiras, e Gaviões da Fiel, do Corinthians. Ambas estão proibidas de entrar com suas camisas e bandeiras nos estádios do Estado.
A polícia dentro do estádio não tinha determinação de dispersar os grandes grupos de torcedores.
A única orientação era proibir os gritos de guerra das organizadas. PMs fizeram rondas pelas torcidas avisando da proibição.
Em caso de insistência, os "puxadores" das músicas seriam retirados. Mesmo assim, várias vezes ouviu-se o hino "Olelê, Olalá. Sem torcida organizada, o futebol vai acabar."
As uniformizadas levaram quatro toneladas de macarrão para a campanha "Fome de Bola", liderada pelo sociólogo Betinho. A entrega foi feita durante o ato.
Utilizando amplificador cedido pela Força Sindical, os presidentes de torcidas fizeram discursos contra a proibição das organizadas nos estádios.
Com bateria de samba e bandeiras, o ato começou às 17h30 e terminou antes do início da partida.
As organizadas temiam repressão policial. Logo na chegada, foi formada uma linha de policiais a cavalo proibindo a aproximação da entrada do Pacaembu.
Depois de uma conversa entre policiais e integrantes de organizadas, a cavalaria da PM foi retirada do local.

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