São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995 |
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Jales troca café pela produção de uva
PAULO FERRAZ
As lavouras de café, que ocupavam a maior parte da área na década passada, foram substituídas pela fruticultura. Os prejuízos constantes deram lugar aos lucros e a região se transformou numa das mais importantes produtoras de uva do país. A região, formada por 11 municípios, vai colher este ano 2,4 milhões de caixas de 8 kg de uvas finas, faturar R$ 25 milhões e passará a ser responsável por mais de 10% da produção do Estado. Há pouco mais de uma semana, a Cooperativa Agrícola Mista dos Produtores da Região de Jales inaugurou sua "packing house". A obra consumiu investimento de US$ 2 milhões. "Packing House" é um local onde as uvas são selecionadas, embaladas e armazenadas em câmaras frias. Em 85, a região tinha 29,6 milhões de pés de café novos e em produção, contra 10 mil pés de uva. Este ano, os pés de café somam 5,9 milhões e os de uva já chegam a 555 mil. A cafeicultura produzia, em 85, 297 mil sacas de 60 quilos de café beneficiado, contra 10 mil caixas de uva. Hoje, a produção de café não chega a 18 mil sacas, enquanto a viticultura produz 2,4 milhões de caixas. O principal comprador das variedades de uva produzidas em Jales (itália, rubi e benitaka) é o mercado interno. Apenas 5% da produção é destinada ao Mercosul e à Europa. Segundo Afonso Voltan, presidente da cooperativa, ainda não é o momento de incrementar as exportações. "Os preços que conseguimos no mercado interno compensam mais", diz. Uma caixa de uvas é vendida hoje pelo produtor a R$ 15 no país, valor que não poderia ser absorvido pelo mercado externo. Texto Anterior: Cooperativas de trabalho Próximo Texto: Diversificação espanta crise Índice |
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