São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995
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Motta sofre infarto agudo e está na UTI

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ministro passa mal a caminho de hospital em São Paulo, onde trataria de problema causado por diabetes
O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, 54, sofreu ontem um infarto agudo do coração em São Paulo. Ele apresentou dor no peito, sudorese e mal-estar por volta das 14h.
Motta está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Albert Einstein em boas condições, segundo boletim assinado pelos médicos Bernardino Tranchesi Jr. e Ricardo Aun.
Às 22h30, os médicos informaram que a situação era de "boa recuperação. Não arriscaram, no entanto, uma previsão sobre a data da volta de Motta ao trabalho.
O ministro, segundo os médicos, deve deixar a UTI nos próximos dois dias, e o hospital, após sete dias.
Aun contou que o ministro sentiu-se mal ainda no trânsito, quando se dirigia para seu consultório, no prédio do Einstein.
Motta havia marcado consulta para fazer tratamento vascular. Suas duas pernas, segundo Aun, estavam inchadas por causa do diabetes.
As chances de Motta voltar a sofrer uma lesão igual à que provocou o infarto de ontem são de 40%, segundo os médicos. Exames que o ministro fará nos próximos dois dias darão um quadro clínico mais detalhado.
O possível estresse do ministro com as suas atividades no governo é apontado pelos médicos como provável causa do infarto.
Exceto pelo fato de tossir muito, ele aparentava estar normal. Motta disse que as notícias sobre troca de ministros não passam de "especulação", "fofocas" e "falta de assunto".
Na UTI
Por volta das 18h30, já na UTI, Motta pediu emprestado o telefone celular do médico.
Ligou para o Ministério das Comunicações e disse a seus assessores que tinha tido um princípio de infarto -é necessário checar se o caso não é realmente mais grave.
Pediu para que os assessores entrassem em contato com três pessoas: o presidente Fernando Henrique Cardoso e os ministros Paulo Renato Souza (Educação) e José Serra (Planejamento).
Sérgio Motta, segundo seus assessores, não queria que os três soubessem da internação pela imprensa -FHC, Paulo Renato e Serra se conhecem há mais de 20 anos. Serra esteve no hospital.
FHC telefonou à noite para o hospital e foi tranquilizado pelo próprio ministro, que disse estar muito bem, segundo os médicos.
Os assessores dizem que a voz do ministro estava normal e que ele só desligou o telefone porque o médico não queria que ele falasse muito.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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