São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995 |
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Parlamentares querem 'moralizar' TV
DENISE MADUEÑO
O projeto original do deputado federal Salatiel Carvalho (PPB-PE), que pertence à Igreja Assembléia de Deus, propunha o fim da exibição de cenas de sexo na televisão. O relator na comissão de Educação da Câmara, deputado Elias Abrahão (PMDB-PR), considerou a proposta "extremamente arbitrária" e abrandou o projeto original de Salatiel Carvalho. "Ele (Carvalho) proibia cenas de sexo em qualquer horário", disse o deputado. Abrahão reconhece que "é complicado" definir limites para a nudez indecorosa. Evangélico, Abrahão é pastor da Igreja Presbiteriana. As modificações de Abrahão foram aprovadas na comissão e o projeto ainda tramita por outras comissões. Abrahão acrescentou, no projeto, a permissão para que as televisões pagas exibam programas pornográficos. "Reconheço que há pessoas que gostam de pornografia", afirmou o deputado. Os deputados evangélicos, independentemente das igrejas a que estão ligados, são contra a legalização do aborto, o casamento de homossexuais e a descriminação das drogas. "Queremos preservar a família e combater o que é pernicioso. O pilar central é a família. As novelas e muitos programas de televisão estão degradando a família", disse o deputado federal Laprovita Vieira (PPB-RJ). Vieira pertence à Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, dono da Rede Record de televisão. Os deputados evangélicos consideram que a série "Decadência", da TV Globo, é ofensiva à Igreja Universal. Segundo o deputado Salatiel Carvalho (PPB-PE), a briga entre as emissoras está promovendo a Igreja Universal. Evangélico, Carvalho é ligado à Assembléia de Deus. "A Globo colocou o bispo Edir Macedo na marca do pênalti e ele vai arrebentar", disse Carvalho. Segundo o deputado, a Globo acabou fazendo marketing para a emissora concorrente. Texto Anterior: Obesidade, diabete e estresse propiciam crise Próximo Texto: Falta de lei impede que se conheçam bens Índice |
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