São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 1995
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Boutros-Ghali propõe tirar ONU da Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O secretário-geral da ONU, o egípcio Boutros Boutros-Ghali, pediu que uma força multinacional substitua os soldados da ONU na Bósnia. A idéia dele é que a Otan, a aliança militar ocidental, assuma o controle das operações na região.
A mudança, na prática, já vem sendo adotada desde o dia 30 de agosto, quando a Otan, sob a liderança norte-americana, começou a bombardear os sérvios.
A ONU não participou da decisão sobre o ataque.
Os ataques estão temporariamente suspensos para que os sérvios possam cumprir uma das condições da Otan: a retirada das suas armas pesadas de uma área de 20 km ao redor de Sarajevo.
Anteontem, o prazo para a retirada foi ampliado em 72 horas. A Otan promete retomar os bombardeios se as armas não tiverem sido retiradas até amanhã.
Em uma carta carta ao Conselho de Segurança, Boutros-Ghali pediu que, "tão logo um acordo de paz seja concluído, uma coalizão de países seja designada para atuar no âmbito das "organizações regionais -no caso, a Otan.
O plano de paz tem sido negociado sem a participação direta da ONU, mas apenas com seu aval.
Os EUA, por meio de seu subsecretário de Estado Richard Holbrooke, e a União Européia, com o sueco Carl Bildt, têm dialogado com sérvios, bósnios e croatas, as partes em guerra desde 1992.
Holbrooke encerrou ontem mais uma rodada de conversas com o presidente da Sérvia e Montenegro, Slobodan Milosevic, que negocia em nome dos sérvios da Bósnia.
A União Européia disse que está disposta a ajudar na reconstrução da ex-Iugoslávia após o fim da guerra. O comissariado (espécie de ministério) da UE para a Europa Oriental diz que a ajuda estará condicionada ao respeito às minorias na região.
O senador Bob Dole, líder do Partido Republicano dos EUA e virtual candidato à Presidência, elogiou a ofensiva croata e muçulmana que está sendo realizada, com ajuda da Otan.
Para Dole, "o fato de os bósnios e seus aliados croatas reconquistarem território tem mais impacto para a paz do que as tentativas de nossos negociadores.
Os republicanos, opositores do governo Clinton, são maioria no Congresso e teoricamente têm poder de influir na política externa.

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