São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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AS IRREGULARIDADES NO SENADO

COMO ERA O ESQUEMA DE CORRUPÇÃO
1. O Senado publica edital de licitação apenas em Brasília. Um grupo de empresas, em conluio, apresenta propostas com preços superfaturados. O menor deles (mesmo acima do mercado) ganha a "concorrência"
2. O Senado faz licitação conjunta para obras como pintura, reforma e colocação de carpetes. Apenas empresas de engenharia podem participar. Empresas especializadas em apenas um dos itens (como carpetes) não podem participar
3. Uma empresa vence a concorrência oferecendo determinado tipo de material e serviço. Como não há fiscalização, realiza os serviços com mão-de-obra mais barata e entrega material de pior qualidade
4. O funcionário recebe um processo que prevê o pagamento de determinado serviço. Deixa o processo ficar na sua mesa até que a empresa interessada o procure e ofereça uma propina
5. Responsáveis pela compra de material e serviços também faziam o pagamento. Isso possibilitava o acordo com empresas para o pagamento de propinas

COMO FUNCIONA A BLITZ ANTICORRUPÇÃO
1. Empresas de Brasília, São Paulo, Rio e Minas podem participar das licitações. Com um número maior de interessados, fica mais difícil a formação de um conluio. As propostas mais baratas passam a ser iguais ou próximas do preço de mercado
2. As concorrências passam a ser subdivididas para os diversos tipos de serviços requisitados. Assim, numa licitação para reforma do prédio, podem participar firmas de carpetes, pintura, obras de construção civil etc
3. Dois auditores foram nomeados para a fiscalização de cada obra ou serviço realizado na Casa. Eles vão checar a qualidade da mão-de-obra e do material
4. Cada funcionário deve ficar apenas um dia com um processo na mão. Assim, não haverá tempo para o oferecimento de propina e o processo vai andar mais rápido
5. A partir de agora, quem compra, não paga. Quem paga, não recebe. Quem emite cheque, não assina. Essa segregação evita a montagem de operação de fraude

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