São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 1995
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O pianista Marcelo Bratke toca só hoje no Cultura Artística

Marcelo Bratke toca música de fronteira

SYLVIA COLOMBO
DA REDAÇÃO

Apresentação: Marcelo Bratke
Onde: teatro Cultura Artística (r. Nestor Pestana, 196, tel. 256-0223, 257-3261)
Quando: hoje, às 21h
Quanto: R$ 5

O limite entre erudito e popular é sutil. A série "Músicas do Brasil", promovida pela Sociedade de Cultura Artística, dá continuidade à proposta de explorar esta fronteira com a apresentação do pianista paulistano Marcelo Bratke.
Bratke executa composições de Villa-Lobos (1887-1959), Ernesto Nazareth (1863-1934) e Tom Jobim (1927-1994), em apresentação única hoje, no Cultura Artística.
O repertório foi escolhido com base nas duas gravações feitas por Bratke com música popular brasileira. Em 93, um CD de Ernesto Nazareth e em 94, de Villa-Lobos.
O século 20 é seu principal interesse, mas o referencial é sempre a música de outras eras. Encontrar um eixo condutor é seu desafio. "Posso gravar juntos Berg (1885-1935) e Bach (1685-1750), encontrando entre eles uma coerência de harmonia."
Para ele, a dificuldade técnica em interpretar o considerado popular brasileiro é tão grande quanto a de tocar música clássica. "Nazareth é tão complexo quanto Mozart". Considera o compositor carioca um personagem datado da história da MPB. "Ele é o Rio do começo do século". O pianista Ernesto Nazareth, misturando síncope brasileira com polcas e outras danças de salão, foi um dos maiores difusores do chorinho.
Dele Bratke interpreta "Quatro Tangos Brasileiros", "Ameno Resedá" e o tango "Fon-Fon". "Seus contrastes tornam a sua música muito rica."
A obra de Villa-Lobos vem representada por "Cirandinhas" e "A Prole do Bebê". "Villa-Lobos transcende seu tempo histórico, o romantismo e o impressionismo ao qual sua figura foi relacionada simplificam-no um pouco". Heitor Villa-Lobos aprendeu a tocar violoncelo e violão em bares e cafés e seu convívio com artistas populares era intenso, fazendo com que gravasse na década de 20 a sua série de "Choros".
A última parte da apresentação é dedicada a Tom Jobim. Bratke escolheu músicas conhecidas do compositor, pela própria proposta da série. "Para tocar Tom me inspirei em João Gilberto, gosto do tratamento que ele dá às músicas".

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