São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 1995
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Investigação mobiliza toda a polícia

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Detetives de todos os distritos policiais de Nova York passaram o dia de ontem interrogando presos detidos nos últimos cinco dias na esperança de encontrar o assassino de Maria Isabel Monteiro.
A polícia afirmou que está trabalhando com três hipóteses: de que Maria Isabel tenha sido estuprada antes de morrer, de que o assassino fosse um desconhecido ou, provavelmente, consumidor ou traficante de crack (cocaína em pedra).
Um mendigo preso próximo ao local do crime está sendo mantido na delegacia até que sejam concluídos os exames para ver se o sangue encontrado em sua calça é o de Maria Isabel. Ele havia sido preso na terça-feira por tentar entrar no metrô sem pagar.
Crack
Outros 28 presos por tráfico e consumo de drogas nas últimas 120 horas também estão sendo interrogados como prováveis suspeitos do crime.
Isso porque a polícia encontrou piteiras de crack e papelotes vazios de cocaína perto do córrego onde o corpo de Maria Isabel foi achado, às 9h20 do último domingo.
Detetives estão checando as listas de condenados por violência sexual, principalmente os recém-libertados. As autoridades estão investigando ainda os abrigos para sem-teto para ver se encontram algum residente que já tenha sido condenado por estupro.
Segundo relatório da polícia, o assassino tentou estuprar a brasileira antes de matá-la, com golpes desferidos por objeto não-cortante, como revólver ou pedra, em seu rosto e na cabeça.
Apesar de os resultados dos exames laboratoriais não indicarem a presença de esperma no corpo de Maria Isabel, a polícia continua achando que ela tenha sido estuprada porque, quando foi encontrada, seus shorts e calcinhas estavam abaixados até o tornozelo.
A hipótese de que o assassino tenha usado camisinha não foi descartada. Para não ser identificados pelo exame de DNA, muitos estupradores nova-iorquinos estão chegando ao requinte de usar camisinha na hora de penetrar as vítimas.
Outra hipótese para a falta de esperma no corpo de Maria Isabel é de que o assassino não tenha chegado a ejacular.
Segundo a polícia, sem sêmen, o trabalho da promotoria poderá ficar mais complicado no caso de um eventual julgamento, já que não há como provar se o estupro foi consumado.
Depois de passar os últimos três dias entrevistando colegas de trabalho e vizinhos de Maria Isabel, a polícia chegou à conclusão de que ela não tinha inimigos, nem motivo para ser assassinada.
Por isso, trabalham com a hipótese de que o criminoso fosse um desconhecido.

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