São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O custo das reformas

O presidente Fernando Henrique deverá ter pela frente, a partir de agora, um sério desafio a enfrentar em sua relação com o Congresso, -a menos que, lamentavelmente, pretenda protelar mais as reformas estruturais que havia agendado para este ano, às quais aliás procurou condicionar, em grande parte, o sucesso de seu governo.
Esse desafio consistirá em definir o custo político, com o qual estaria disposto a arcar junto ao Congresso e à sociedade, para ver aprovadas suas propostas de reformas tributária, administrativa e previdenciária, assim como os projetos de manutenção do FSE, de privatizações e de regulamentação das concessões de rádio e TV.
Ora, de um lado, a aprovação de algumas dessas reformas tem efeitos imediatos na vida de muitos cidadãos, sobretudo as que mexerão nos impostos e no sistema de seguridade social. Outras, como a reforma no aparelho do Estado e na política de telecomunicações, podem atingir fortes interesses corporativos que até agora têm sabido se fazer representar estridentemente junto aos congressistas. E, para estes, o preenchimento clientelista de cargos no governo é ainda, infelizmente, o mais eficiente instrumento de persuasão. Resta pois saber com que flexibilidade o Executivo saberá administrar essas pressões.

Texto Anterior: Vida sem registro
Próximo Texto: Infocrime
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.