São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995
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Aventura é o que não falta nos roteiros

FERNANDO DE BARROS E SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

É difícil escolher entre as praias de Fernando de Noronha qual é a mais encantadora. Todas são muito limpas e sossegadas.
Como a ilha principal do arquipélago tem apenas 17 km2, é possível conhecer várias delas num único dia, mesmo a pé.
As agências de turismo que trabalham em convênio com o hotel Esmeralda organizam passeios a preços que variam de R$ 10 a R$ 25. Como o acesso a algumas praias não é fácil, vale a pena fazer alguns desses passeios com guias especializados.
A chamada "caminhada ecológica", que custa R$ 10 por pessoa, é um dos roteiros que merece ser conhecido.
Saindo do hotel de jipe, o turista desce num determinado ponto e anda cerca de 300 m numa picada aberta no mato até chegar ao topo do penhasco que está sobre a baía do Sancho, a cerca de 100 m de altura. A vista que se tem dali é privilegiada.
A aventura de verdade começa na descida para a praia.
Acompanhando uma fenda aberta no penhasco, o turista desce, numa primeira etapa, por meio de uma escada de ferro presa na rocha num ângulo de 180 o.
A descida prossegue por uma outra escada de ferro, dessa vez menos íngreme, e termina por uma trilha que deve ser percorrida com o auxílio de um cabo de aço que vai desembocar na praia.
Chegando à baía do Sancho, o melhor a fazer é mergulhar e ver maravilhas no fundo do mar, nadando em uma profundidade que varia entre 2 e 10 metros.
Sempre contornando os corais e formações rochosas submersas, não é difícil encontrar no mergulho livre raias, cardumes de peixes de cores variadas e mesmo moréias (espécie de cobra d'água), que se escondem entre os corais.
O passeio termina com uma caminhada que passa pela praias da Cacimba do Padre, do Bode e do Americano, até chegar à praia do Boldró, diante do hotel Esmeralda.
Outro bom passeio é o que inclui uma visita às três praias do chamado "mar de fora".
Na praia do Leão, a maior delas, há uma espécie de ducha natural, formada pela pressão da água do mar que entra por baixo de uma formação rochosa e sai dela por uma fenda com muita força. O impacto da água pode chegar a derrubar as pessoas.
Na praia do Atalaia, o destaque fica por conta de uma imensa piscina de água salgada, que chega a ter 2 m de profundidade.
A última praia do "mar de fora", a baía do Sueste, está hoje parcialmente interditada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), por ser considerada área de preservação.
É ali que costumam ficar e se reproduzir as tartarugas marinhas. As cinco espécies que existem no litoral brasileiro estão ameaçadas de extinção.
Conversando com a bióloga Taíse Sanches, que costuma estar na sede do Projeto Tamar (de proteção e estudo das tartarugas), é possível obter boas informações sobre a vida das tartarugas e, tendo sorte, até ver algumas delas em companhia da bióloga.

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