São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995
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Polícia acusa camelô de matar japonês

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

A delegada Ione de Souza Cruz pedirá hoje a prisão temporária do camelô Paulo Sérgio Cláudio de Oliveira, 23, sob acusação de ter roubado e provocado a morte do físico japonês Minato Kawaguchi.
O físico morreu na segunda-feira, em consequência de uma queda do bondinho de Santa Teresa, na sexta-feira passada, quando reagia a um roubo.
A polícia afirma que o camelô foi o homem que roubou o físico japonês. Ele é conhecido no bairro e foi identificado por pessoas que estavam no bondinho.
Duas equipes da Deat (Delegacia de Atendimento ao Turista) fizeram buscas a Paulo Oliveira nos morros de Santa Teresa. Ele não havia sido preso até o final da tarde de ontem.
Paulo Oliveira foi condenado a dois anos e oito meses de prisão em 1993, por outro roubo no bondinho de Santa Teresa. Cumpria pena em regime aberto.
Ele foi indiciado ontem como autor da morte de Kawaguchi. Também é indiciado na Deat, acusado de ter roubado a turista alemã Dagmar Elspass, em julho.
Um homem com suas mesmas características físicas -negro, entre 22 e 25 anos- aparece como suspeito em mais cinco inquéritos por roubo, abertos na Deat.
Anteontem à noite, a polícia levou até a Deat o pintor Roberto de Oliveira, amigo de Paulo Oliveira. Os dois chegaram a morar juntos.
Segundo a delegada Ione Cruz, Roberto de Oliveira disse que não sabia do envolvimento do amigo em crimes e que há muito tempo não o encontra.
O amigo de Kawaguchi, Satoshi Tanaka, que presenciou o roubo, ficará no Brasil para fazer o reconhecimento de Paulo Oliveira.
O policiamento foi reforçado em Santa Teresa. Cada bondinho circula com dois policiais, durante todo o dia.
O chefe de Polícia Civil, Hélio Luz, disse que o crime poderia ter sido evitado com mais policiamento na rua e lembrou que a polícia já identificou o criminoso, o que considerou "um avanço".
O governador Marcello Alencar comparou a morte do físico à da brasileira Maria Isabel Monteiro, em Nova York. A Prefeitura de Nova York custeou as despesas da família da brasileira. Alencar afirmou que o apoio do governo fluminense será orientar as investigações e prender o criminoso.

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