São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995
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Viúva decide cremar corpo em SP

CLÁUDIA MATTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Kasuko Kawaguchi, viúva do físico japonês Minato Kawaguchi, chegou ontem ao Rio e decidiu que o corpo será cremado no Brasil.
"Nós vamos levá-lo para São Paulo e cremá-lo lá. Levaremos as cinzas para o Japão."
Nenhuma autoridade brasileira foi recebê-la no aeroporto. Apenas o cônsul japonês, Kenji Takahashi, e seus auxiliares acompanharam a família durante todo o dia de ontem.
O que mais abalou Kasuko foi o fato de seu marido ter morrido longe de casa. "É muito triste ele ter morrido do outro lado do mundo."
Kasuko não fez críticas à autoridades brasileiras, mas afirma ter ainda muito o que dizer sobre a morte de seu marido.
"Só não tenho condições de fazer isso hoje (ontem). Prefiro deixar para amanhã (hoje)."
Kasuko chegou às 7h30 no aeroporto do Galeão acompanhada de seus dois filhos, Ginga, 21, e Mari, 16. Eles foram imediatamente para o Hotel Glória (mesmo lugar onde seu marido estava hospedado).
O corpo de Kawaguchi foi transferido do IML (Instituto Médico Legal) para uma capela do cemitério São João Batista (zona sul).
A família, funcionários do consulado e poucos representantes da comunidade japonesa de São Paulo participaram do velório, que durou 20 minutos.
Às 14h30, o corpo de Kawaguchi foi levado para São Paulo de carro. Sua família permaneceu no Rio.
O cônsul do Japão no Rio, Kenji Takahashi, afirmou que a morte de Minato Kawaguchi está sendo muito comentada no Japão, mas acredita que o fato não abalará as relações entre os dois países.
"Estamos comemorando este ano o centenário da relação entre Brasil e Japão. O que queremos é que o fluxo de turistas entre os dois países aumente."

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