São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995
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Estado vai cortar bolsas de residentes

GUSTAVO PORTO
DA FOLHA SUDESTE

O governo do Estado de São Paulo vai cortar, a partir do próximo ano, de 5% a 10% o número de bolsas de financiamento para médicos residentes dos hospitais universitários que mantêm convênio com a Fundap (Fundação do Desenvolvimento Administrativo).
Médicos residentes são recém-formados que ganham, mediante concurso, bolsas de trabalho que variam de dois a quatro anos nos hospitais universitários.
A medida atinge a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a Puccamp (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e a Faculdade de Medicina de Jundiaí, instituições da região que possuem convênio com a Fundap.
Se na Unicamp e na Puccamp a redução for de 10%, a primeira -que possui 430 médicos residentes e cem vagas para novos médicos residentes por ano- só vai aceitar 90, e a segunda, que tem 117 médicos residentes e abre 60 vagas por ano, receberá 54.
A Fundap repassa a verba da Secretaria Estadual da Saúde para as faculdades de medicina das universidades estaduais e particulares.
Segundo Celso Fiszbeyn, 48, representante do Grupo de Assessoria e Supervisão de Programas de Residência Médica, o corte vai de fato acontecer e foi solicitado pelo governador Mário Covas e pela Secretaria Estadual da Fazenda como parte da política de contenção de gastos.
O salário pago para médicos da Fundap é de R$ 936,54.
Nota
A assessoria de imprensa da Unicamp divulgou ontem uma nota oficial informando que existe a previsão de que o número de bolsistas na universidade possa cair de 430 para 391 no próximo ano.
A nota oficial informa ainda que o reitor José Martins Filho solicita que o governo estadual volte atrás em seu propósito, mantendo, no mínimo, o mesmo número de bolsas. Segundo Martins Filho, o corte em nada contribuirá para a melhoria do atendimento de saúde.
Na Puccamp, o presidente interino da Comissão de Residência Médica, José Espin Neto, 44, afirmou não saber qual o número de bolsas que vão ser cortadas na universidade.
"Não temos ainda uma posição oficial do governo. Eu fui convidado para a reunião de segunda-feira, que vai definir isso", disse Espin Neto.

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