São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995![]() |
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Coletânea mostra o melhor dos discos do quarteto Joy Division
SYLVIA COLOMBO
O quarteto, criado em Manchester em 1976, inaugurou a fase gélida e tosca do punk, traduzindo sua violência em soturna depressão. Ian Curtis (voz), Bernard Sumner (guitarra), Stephen Morris (bateria) e Peter Hook (baixo) introduziram o tecnopop num caldeirão sonoro que misturava influências que iam de Sex Pistols a Velvet Underground. A coletânea tem o nome tirado da primeira estrofe da melhor música do conjunto "Twenty Four Hours", que destoa das outras faixas do Joy por abandonar a palidez rítmica e acelerar a batida. A voz de Curtis está mais abafada e raivosa do que nunca. Curtis (1957-1980) bebeu da mesma fonte de angústias que Sid Vicius, Jim Morrison e Kurt Cobain. Com eles compõe o time dos angustiados do rock que levaram suas questões existenciais ao extremo. É mais um menino pálido com olhar de poeta tuberculoso do Romantismo que se cansou de não ter futuro. Suicidou-se há 15 anos, enquanto ouvia Iggy Pop. O disco traz o hit da banda "Love will Tear us Apart" em duas versões. A música é um referencial do pop dos anos 80, cruzando alguns estilos, como o punk, o rock gótico, o pop. Em "Atmosphere" o grupo deixa ver nas entrelinhas o que viria a ser legado ao New Order. A percussão marcante e a melodia repetida tem um pouco de psicodelismo em slow motion. Ficaram fora "Means to an End" e "New Down Fades", uma das que persistiu no repertório do New Order (conjunto formado pelos remanescentes do Joy). Texto Anterior: Talento explosivo é minado pela repetição Próximo Texto: NOITE ILUSTRADA Índice |
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