São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995
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Cerimônia de paz reuniu ex-inimigos militares

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Os dois principais personagens da cerimônia de ontem foram inimigos militares por 45 anos e depois dividiram o Prêmio Nobel da Paz no ano passado.
Não se pode dizer que Yitzhak Rabin, 73, ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, e Iasser Arafat, 66, que lutou pela primeira vez contra Israel em 1948, agora sejam amigos.
Mas o ambiente entre ambos ontem na Casa Branca era bem menos tenso do que quando foram vistos juntos pela primeira vez em público, em 1993.
O presidente Clinton desta vez não precisou fazer gestos para provocar o aperto de mãos entre eles, como há dois anos.
Dois chefes de governo árabes que já estão em paz com Israel assinaram o documento de ontem como testemunhas.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, e o rei Hussein, da Jordânia, são outros dois ex-inimigos de Rabin. Seus países foram derrotados três vezes por Israel. Em uma delas -a Guerra dos Seis Dias, em 1967-, Rabin era o líder das tropas israelenses.
Hussein está no poder na Jordânia há 43 anos. É o mais antigo chefe de governo ou de Estado no Oriente Médio. Em 1970, ele expulsou a OLP e Arafat de seu país, de onde os palestinos lançavam ataques a Israel.
No ano passado, Hussein assinou com Rabin o acordo que pôs fim ao estado de guerra que persistiu entre Israel e Jordânia durante 46 anos.
Mubarak era o comandante da Força Aérea do Egito na Guerra do Yom Kippur, ocorrida em 1973, e impôs pesadas baixas aos israelenses com ataques às posições militares de Israel na margem oriental do canal de Suez.
Como vice-presidente do Egito, participou do processo que resultou, em 1978, na celebração da paz entre seu país e Israel, após 30 anos de guerras. Ele está no poder desde 1981, quando o presidente Anuar Sadat foi morto.
(CELS)

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