São Paulo, segunda-feira, 1 de janeiro de 1996 |
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Definição de qualidade varia com classe social
DANIELA FERNANDES
Embora em ambos os casos ela esteja diretamente relacionada ao preço dos produtos e serviços, existem diferenças de avaliação do conceito entre as classes sociais. Esse é o resultado de uma pesquisa do Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) com 487 pessoas. O objetivo foi de definir a atitude dos consumidores em relação à qualidade. O órgão já havia constatado a preocupação dos consumidores com o assunto. Das 301.041 reclamações feitas ao Procon entre abril de 94 e abril deste ano, 24% estavam relacionadas ao tema. "Nas classes C, D e E o acesso à qualidade está vinculada ao preço. Mas a preocupação em relação a ela e os critérios usados para defini-la (veja gráficos ao lado) são os mesmos das classes A e B", afirma Vera Marta Junqueira, 43, diretora do Centro de Estudos e Pesquisas do Procon. Ela diz que os consumidores estão incorporando a qualidade como um direito. Segundo Vera, as classes mais baixas também buscam a qualidade, mas devido a sua condição financeira, têm pouco acesso a ela. A pesquisa também ressalta que a relação preço/benefício de um produto ou serviço está presente em todas as camadas sociais. A preocupação com que o produto esteja de acordo com os padrões legais de fabricação, higiene e segurança também é destacada. Nas classes A e B, 55% se inquietam com esses fatores, na C, 62%, e, nas D e E, 51%. A rotulagem aparece em primeiro lugar em todas as classes para julgar a qualidade de um produto. "O consumidor não compra um produto que não tenha o rótulo correto", afirma Vera. A publicitária Elisabeth Ruaix Duran, 45, afirma ler tudo o que está escrito nos rótulos. Ela ressalta que nem todos os produtos brasileiros, diferentemente dos americanos, dão informações completas. Para ela, a embalagem também é muito importante. Ela diz que não é "nem um pouco consumista". Por esse motivo, além de verificar a utilidade efetiva do produto, diz que sua durabilidade e garantia são fundamentais. "Como os serviços de assistência são muito caros, acredito economizar com um produto que tenha maior garantia." A rotulagem, durabilidade, garantia, preço e desempenho foram os critérios mais votados na pesquisa para julgar a qualidade de um produto. "Ele deve cumprir a função para a qual se destina", diz ainda Elisabeth. Texto Anterior: Melhor diz controlar gasto; pior pede verba Próximo Texto: Locação de imóveis é líder em reclamações Índice |
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