São Paulo, segunda-feira, 1 de janeiro de 1996
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Montadora nega atrasos

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Volkswagen ainda não sabe quais serão os fornecedores que vão operar dentro da fábrica de Resende. O número de módulos também não está definido. A decisão final deverá ser divulgada este mês.
Mas a montadora nega que haja atraso no cronograma de implantação da unidade.
"A construção começa em janeiro. Não é necessário definir os fornecedores para iniciar a obra", diz Newton Luciano, assessor da presidência da Volkswagen.
Luciano afirma que está havendo uma "intensa negociação" entre a montadora e fornecedores e entre os candidatos a fornecedores.
Uma das alternativas em discussão é a possibilidade de um módulo ser ocupado por mais de um fornecedor.
"Empresas que poderão atuar juntas dentro de um módulo estão negociando os termos dessa parceria", diz Luciano.
No projeto inicial, estava previsto apenas um fornecedor por módulo.
É preciso definir também, explica Luciano, o que o fornecedor produzirá dentro do módulo, em Resende, e o que será feito fora e transportado para a fábrica.
Mas vários pontos já estão acertados: 1) o pagamento será efetuado por unidade produzida. Ou seja, se um caminhão ou ônibus for rejeitado pelo controle de qualidade por qualquer razão, nenhum fornecedor recebe até que o problema seja resolvido e o veículo liberado;
2) nos módulos vão trabalhar funcionários dos fornecedores e não da Volkswagen; 3) a Volks não terá nenhum empregado na parte de produção. A empresa vai cuidar apenas do gerenciamento e do controle de qualidade.
Com apenas 300 empregados diretos, a montadora quer produzir na nova fábrica 120 caminhões e ônibus por dia.
A Mercedes-Benz, a líder do mercado de caminhões no país, tem 11 mil funcionários em sua fábrica de São Bernardo para fazer 140 veículos/dia.
Um dos objetivos centrais da Volks é reduzir custos para aumentar a competitividade tanto no país como no mercado externo.
"O consórcio modular é um conceito inédito. Estamos construindo um sistema novo. Não temos parâmetro em nenhum lugar do mundo", diz Luciano.
Foi para testar o sistema que a empresa montou há dois meses uma fábrica provisória de chassis de ônibus, em Resende, a poucos quilômetros do local da nova fábrica. "Estamos fazendo apenas pequenos ajustes. Está tudo correndo dentro do planejado", afirma Luciano.
(APF)

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