São Paulo, quinta-feira, 4 de janeiro de 1996
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Empresa que cancelou vôos é suspensa

DA REPORTAGEM LOCAL

A Embratur proibiu a Mundirama Operadora de Turismo de exercer suas atividades por 30 dias e encaminhou um pedido à Procuradoria da República em São Paulo para investigar a empresa, que cancelou pacotes de viagens ao Caribe sem avisar os clientes.
O diretor de Economia e Fomento da Embratur, Bismarck Maia, disse que a empresa deve apresentar explicações nesse prazo, sob pena de ter seu registro cancelado definitivamente.
"O cancelamento de vôos sem aviso indica má-fé, o que é estelionato", disse Maia. A polícia abriu três inquéritos por estelionato contra a Mundirama.
O advogado da empresa Luiz Nizzo de Moura disse que o proprietário da Mundirama, Maurício Roitma, "está em viagem para reorganizar os negócios" e que irá se apresentar à polícia.
Moura voltou a negar que tenha havido má-fé por parte da empresa e repetiu que, a partir da próxima semana, a Mundirama pretende devolver o dinheiro dos clientes.
Na última quinta-feira, 326 pessoas não embarcaram para o Caribe porque a Mundirama não pagou as passagens. Sete vôos contratados junto à Aerocancun, de 1º de janeiro a 12 de fevereiro, foram cancelados pela mesma razão.
A Folha ouviu 18 agências de turismo que aparecem em anúncio publicado nos principais jornais de São Paulo como credenciadas da Mundirama, que é operadora.
Nove dessas agências disseram que estavam devolvendo o dinheiro dos clientes da Mundirama ou encontrando lugar em outras operadoras sem cobrar novamente.
Três agências afirmaram estar negociando com seus clientes. Seis disseram que não venderam nenhum pacote da Mundirama no período de passagem de ano.
O diretor-executivo comercial da empresa Folha da Manhã, Antonio Carlos de Moura, disse que não foi possível cancelar os anúncios da Mundirama publicados ontem na "Folha da Tarde" e hoje na Folha porque as edições de turismo desses jornais estavam prontas desde a quinta-feira passada, quando a operadora cancelou o primeiro vôo sem aviso.
"Nunca houve problema anterior com a empresa que revelasse falta de idoneidade", disse Moura.

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