São Paulo, quinta-feira, 4 de janeiro de 1996
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Israel e Síria retomam diálogo otimistas

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um porta-voz do governo dos EUA fez ontem a sua mais otimista avaliação dos possíveis resultados das negociações que Israel e Síria retomaram nas proximidades de Queenstown, 80 km a leste de Washington.
"Nós nos sentimos encorajados com o que já foi feito e esperamos ansiosos por futuros progressos", disse o habitualmente seco Glyn Davies, do Departamento de Estado, sobre a conferência de paz.
O embaixador de Israel em Washington, Itamar Rabinovich, afirmou estar convencido de que a Síria "agora está mesmo interessada em fazer a paz".
O diário oficial sírio "Tichrin" publicou ontem editorial em que cita favoravelmente o primeiro-ministro de Israel, Shimon Peres, para quem "a conferência (de Queenstown) é uma rara chance para a paz".
O jornal do governo sírio também defendeu que a fase atual da conferência resulte em agenda com cronograma para a retirada das tropas israelenses das colinas do Golã, ocupadas desde 1967.
Os dez diplomatas que representam Síria, Israel e EUA voltaram ontem ao isolamento de um centro de conferências perto de Queenstown, de onde não saem e no qual jornalistas não entram enquanto duram as conversações.
O formato de manter as pequenas delegações confinadas numa só casa, onde fazem refeições comuns, parece estar funcionando.
Durante o fim-de-semana prolongado, houve diversos contatos informais entre os representantes dos três países, que, segundo o chefe a delegação dos EUA, Dennis Ross, foram muito produtivos.
O secretário de Estado dos EUA, Warren Christopher, segue na segunda-feira para o Oriente Médio. Vai encontrar o presidente sírio, Hafez al Assad, e o premiê israelense, Shimon Peres.
No Departamento de Estado, espera-se que Christopher leve com ele o esqueleto do acordo de paz estruturado em Queenstown.
Duas manifestações públicas ontem, no entanto, destoaram do cenário de otimismo generalizado.
Em Jerusalém, um ministro do governo Peres, Yossi Beilin, disse ser "difícil antecipar a paz em 1996, exceto se a Síria demonstrar mais flexibilidade nas conversações"' de Queenstown.
A rádio de Damasco, do governo sírio, afirmou que "boas intenções não fazem a paz se não são acompanhadas de sérios passos concretos" e que cabe a Israel "acelerar as negociações com esses passos".
(CELS)

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