São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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Pauta cifrada inclui a diretoria do BC e destruição de aeronave hostil

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Escrita em linguagem cifrada, a versão definitiva da pauta da convocação extraordinária do Congresso, assinada ontem à noite pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, embute dois mistérios.
Por trás da citação exaustiva de artigos e incisos da Constituição -uma tradição em mensagens desse tipo- FHC abre caminho para que os parlamentares votem novos projetos a serem encaminhados pelo governo entre 8 de janeiro e 14 de fevereiro, em regime de urgência. O documento não diz quais projetos poderiam pegar carona na pauta.
Um outro artigo da mensagem presidencial, igualmente cheio de números, quando decifrado, prevê que o Senado poderá votar, em sessão secreta, a escolha de presidente ou diretores do BC (Banco Central).
Desde o vazamento da pasta cor-de-rosa, com registros de contribuições do Banco Econômico para a campanha eleitoral de 1990, a diretoria do BC enfrenta pressões de políticos pefelistas e ameaça se demitir.
A eventual substituição do presidente do BC, Gustavo Loyola, abriu uma bolsa de apostas em Brasília nas últimas semanas.
Nenhuma matéria pode ser votada pelo Congresso durante o período de convocação extraordinária sem que tenha sido prevista pela mensagem que FHC encaminhou ontem mesmo aos parlamentares.
A pauta é extensa e impossível de ser completamente executada em cinco semanas, prevêem os líderes partidários.
FHC listou mais de cem propostas, entre emendas constitucionais, medidas provisórias, projetos de lei e de códigos. É mais do que os parlamentares conseguiram votar no ano passado inteiro.
A pauta inclui do financiamento para o contrato do Sivam até um projeto que trata de destruição de aeronave hostil.

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