São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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Urbanização piora consequências

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos fatores que agravam as enchentes em São Paulo é o próprio processo de urbanização do município. Quanto mais asfalto, construções e menos áreas livres, maior o efeito da chuva.
Há duas décadas, as áreas não urbanizadas absorviam a água. Atualmente, grande parte da chuva é canalizada, por meio dos córregos e das galerias, para as calhas do Tietê e do Pinheiros e também do Tamanduateí.
A canalização de córregos acelera a velocidade de deslocamento da água. É por isso que os técnicos dizem que, se não houver um projeto global, a canalização apenas transfere o problema de lugar.
O transbordamento deixa de acontecer em um ponto e passa a ocorrer em um trecho adiante.
Anteontem, houve um trecho de alagamento na avenida Santo Amaro em um ponto que não costumava alagar. A canalização do córrego Água Espraiada -que não está concluída- aumentou a velocidade da água e contribuiu com o alagamento na Santo Amaro.
Se todos os córregos da cidade forem canalizados, a calha do Tietê -o rio principal, no qual deságuam também o Pinheiros e o Tamanduateí- não suportaria o volume de água.
O piscinão do Pacaembu -projetado na gestão Erundina e executado na administração Maluf- demonstrou-se eficiente. As enchentes na avenida Pacaembu acabaram. O reservatório regula a velocidade da água e evita o excesso de carga nas calhas dos rios.

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