São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Departamento ganha com bolsas

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma nova modalidade de fomento à pesquisa, chamada taxa de bancada, está se tornando nesta década uma das formas mais importantes de auxiliar o trabalho dos cientistas.
A taxa de bancada é o pagamento do equivalente a 30% do valor da bolsa de um pesquisador para o departamento onde ele trabalha.
A idéia é cobrir gastos adicionais causados pelos pesquisadores. Até o ano passado, esse gasto adicional era coberto com os auxílios aos projetos de pesquisa -que pagam desde reagentes para experimentos até algumas viagens de pesquisadores visitantes.
Só o CNPq está depositando mensalmente cerca de R$ 4 milhões diretamente na conta dos departamentos, desde o ano passado.
A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a mais importante agência fomentadora da área no país, também instituiu no ano passado essa taxa de bancada.
A "moda" se deve ao fato de que a maior parte da pesquisa no país é desenvolvida em instituições públicas. Quando se recebe verba para um projeto de pesquisa, o dinheiro vem "carimbado" -ou seja, o seu destino é fixo e o desembolso depende de processos de licitação.
A taxa de bancada -amplamente usada nos EUA- é um dinheiro que pode ser livremente usado pelo departamento. Possibilita, por exemplo, consertar ou comprar máquinas -um processo que, em outras formas de financiamento, é muito mais demorado.
O que as agências fomentadoras buscam com essa iniciativa é equilibrar as despesas de formação de pesquisadores (as bolsas) com as verbas que os cientistas usam para desenvolver os seus projetos (os auxílios).
(FR)

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