São Paulo, segunda-feira, 8 de janeiro de 1996
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Abrinq ameaça queimar brinquedos

Protesto contra importados seria em frente ao Planalto

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

"Vamos fazer uma queima de brinquedos em frente ao Palácio do Planalto para forçar o governo a adotar soluções contra a concorrência desigual das importações de sucata da China", disse Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos).
Synésio Batista da Costa fez essa ameaça ao revelar que a indústria brasileira de brinquedos teve uma quebra de faturamento de 10% em 1995.
A Abrinq vai encaminhar ao governo, esta semana, sugestões para o "equilíbrio da competição" no mercado de brinquedos.
A indústria, afirmou, é "absolutamente favorável" à abertura. "Não aceitamos, porém, competir com as quinquilharias chinesas de brinquedos sem normas de segurança e de má qualidade."
A Abrinq vai pedir reduções dos impostos que incidem sobre os brinquedos (cerca de 40% do preço final) para poder concorrer em melhores condições com as importações baratas.
Os consumidores pagaram 35% menos, em média, pelos brinquedos no Natal de 1995.
Três fatores, disse, explicam a queda real dos preços: as importações baratas da China, o acúmulo de estoques nas lojas desde as fracas vendas no Dia da Criança e a transferência para o consumidor dos ganhos de produtividade da indústria nacional.
Segundo a Abrinq, o volume de vendas da indústria de brinquedos cresceu 20% em 1995 em relação a 1994.
O faturamento caiu de US$ 750 milhões para cerca de US$ 700 milhões.
O mercado de brinquedos no país movimentou US$ 900 milhões em 1995. As importações representaram US$ 200 milhões.

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