São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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Maior interação

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

- Conversamos sobre a necessidade de uma maior interação entre o governo e o Parlamento, portanto, um maior grau de atendimento às demandas institucionais dos parlamentares junto aos ministérios.
- Na sua maioria, (os ministros) não atendem aos senhores parlamentares, inclusive não marcam audiência, não retornam ligações, e mesmo não encaminham resposta a determinadas consultas que são feitas.
O que diferencia um líder tucano de um líder pefelista, como se vê, passados quase dois anos de coalizão, é o vocabulário.
Um, elegante, para falar em fisiologia, escolhe "maior interação" ou "maior atendimento às demandas institucionais".
Outro, direto, para falar em fisiologia, vai logo reclamando que "não retornam ligações" e "não encaminham resposta a determinadas consultas".
Um e outro, ontem na televisão, foram José Aníbal e Inocêncio Oliveira.
Indicação
Outro. O presidente dos Correios assumiu ontem dizendo que "não está disposto a atender interesses políticos menores", segundo a Manchete.
Ele foi uma "indicação do PPB".
Meu
Euler Ribeiro é um dos casos mais ofensivos de orgulho que já passou pela cobertura do Congresso na televisão.
Ele não só exige às câmeras o cargo de ministro, como se considera o juiz onipotente do futuro dos brasileiros que dependem da Previdência Social, por ser relator do projeto de reforma.
Outro dia, na CBN, depois de alguns auto-elogios ostensivos, como "e equilibrado também", passou a falar que "a Força Sindical me pede" isso, outros aquilo, sempre para "o meu substitutivo".
Ontem o tom foi o mesmo. "Se houver uma proposta, convincente, que melhora, com certeza... que não fere a ética, e que aprimora o documento feito por mim, claro que eu aceito e vou modificar a minha".
A impressão é de que considera "o meu substitutivo" uma propriedade.

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