São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996 |
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FHC e líderes fazem acordo para aprovação do Sivam
MARTA SALOMON
FHC insistiu na defesa do contrato e disse que se trata de uma "questão de Estado" e de interesse nacional. O presidente não vê nenhuma irregularidade que comprometa o contrato. "A tendência é um parecer positivo, embora o assunto ainda ofereça algumas dificuldades", disse o relator da supercomissão que investiga o Sivam, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), depois do almoço no Palácio da Alvorada. Para tentar reverter a tendência do Senado, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) denunciou ontem o superfaturamento de 50% no contrato com a Raytheon. O cálculo do deputado foi confirmado pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Chinaglia afirma ter feito uma pesquisa de preços em 23 empresas nacionais e estrangeiras. Ele se baseou na descrição do projeto Sivam enviada pelo governo brasileiro às embaixadas no exterior na fase de seleção internacional. Segundo o deputado, o governo brasileiro poderia implementar o Sivam por US$ 995 milhões (preço semelhante ao proposto pela empresa francesa Thomson), em vez do US$ 1,435 bilhão acertados com a Raytheon. Até as 19h de ontem, a assessoria de FHC não havia se manifestado sobre a acusação. Na reunião com líderes, FHC repetiu o argumento de que o afastamento da Esca, determinado em maio, saneou o projeto Sivam. A estratégia do governo é fazer com que o Senado se limite a votar a retirada da Esca, aprovando assim o financiamento externo de US$ 1,4 bilhão para o programa. Se os senadores não aprovarem o empréstimo, o contrato terá de ser anulado. O governo alega que a anulação romperia um compromisso internacional assumido. "O rio está sendo desviado do leito", disse o líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES), dando razão aos argumentos do presidente. Fora do Alvorada, o líder do PMDB, Jáder Barbalho (PA), foi o único que não repetiu os argumentos de FHC. Preferiu não antecipar "um juízo" sobre o destino do Sivam. FHC foi informado da decisão da supercomissão que investiga o Sivam de encerrar o assunto até 7 de fevereiro. Segundo os líderes, a decisão do Senado não ficará submetida a um novo parecer do TCU (Tribunal de Contas da União). Texto Anterior: Atentado doce Próximo Texto: Para líder, aumento do mínimo requer reforma Índice |
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