São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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Para líder, aumento do mínimo requer reforma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), disse ontem que o aumento real (acima da inflação) do salário mínimo dependerá da aprovação da reforma da Previdência e de condições econômicas favoráveis.
O governo está descartando o aumento real porque quer evitar aumento dos benefícios da Previdência e reduzir o déficit público.
"Se não tiver a reforma, se não houver condições de dar um salário mínimo real que não detone a volta da inflação, não vamos poder ter um salário mínimo demagógico". O próximo reajuste está previsto para maio.
A reforma da Previdência está entre as prioridades de votação da convocação extraordinária da Câmara, nesse mês, mas não há consenso na base parlamentar do governo para aprová-la.
"O salário mínimo no Brasil é sabidamente injusto (R$ 100) enquanto o da Argentina é de mais de US$ 400. Acontece que esse é o salário possível para impedir a volta da inflação", afirmou.
Ele insistiu no argumento de que o aumento não poderá disparar a inflação e não informou se o governo já estuda um índice. "O aumento do salário mínimo tem que ser compatível com a realidade. O governo não pode dar com uma mão e tirar com a outra".
Luiz Carlos Santos deu essa declaração após um café da manhã com o presidente Fernando Henrique Cardoso e com líderes dos partidos aliados na Câmara.
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse que o governo considera "precipitada" a discussão nesse momento sobre o novo valor do salário mínimo a partir de 1º de maio.
O reajuste do salário mínimo depende do envio de projeto de lei do governo ao Congresso.

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