São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996
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Sindicato acha o acerto 'razoável'

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ricardo Berzoini, considera "razoável" o acordo sobre o Banespa firmado entre o governo do Estado de São Paulo e o Banco Central.
"Os funcionários do Banespa estão ansiosos pelo fim da intervenção do BC para que comece a ser definida uma política de atuação para o banco. Por isso, um acordo que resolva o problema da dívida é bem-vindo", afirma.
Berzoini faz, no entanto, ressalvas. "A entrega da Fepasa ao BNDES não é a melhor solução. A ferrovia poderia ser instrumento de uma política de transportes tão necessária ao Estado de São Paulo. Com certeza, o futuro da Fepasa é a privatização."
Ele considera ainda que a própria política desenvolvida pelo Banco Central, de "juros altos", fez crescer a dívida do governo do Estado com o Banespa.
"No começo da intervenção do BC, a dívida era de R$ 9 bilhões. Hoje, chega a R$ 15 bilhões. E o pagamento da dívida com ativos significa que o governo está repassando a conta ao contribuinte."
Além disso, acrescenta Berzoini, "parte dessa dívida foi produzida de forma espúria ou, no mínimo, por má-gestão do dinheiro público durante os governos Quércia e Fleury. Os responsáveis pela tragédia do Banespa vão sair impunes e essa também é um parte negativa do acordo", argumenta.
Ontem, os ex-governadores Orestes Quércia e Luiz Antonio Fleury Filho não quiseram falar sobre o Banespa.
Berzoini diz que o sindicato está preparado para enfrentar demissões. "Em 95, por intermédio de programas de demissão voluntária, 5.000 funcionários contratados e efetivos deixaram o Banespa, dos 37.000 antes existentes. Não acho necessárias novas demissões."

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