São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996 |
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Para banqueiro, futuro é o desafio
MILTON GAMEZ
Essa premissa, segundo o presidente do Banco Real, Paulo Guilherme Monteiro Lobato Ribeiro, é mais importante até mesmo que a própria renegociação das dívidas do Estado com o Banespa. "O que passou, passou. A União já havia absorvido o rombo do Banespa e o que conseguir receber de volta será lucro. Mais importante é evitar o uso político do banco nos próximos governos, pois do contrário o acordo não terá passado de uma grande papagaiada", afirmou Ribeiro. Para ele, a legislação existente basta para manter o banco imune a governadores gastadores. É só aplicar o dispositivo legal que proíbe os bancos de emprestar para seus controladores, argumenta. O presidente do Real acha difícil conciliar o uso do Banespa para fins sociais e de desenvolvimento estadual com as atividades típicas de um banco comercial. Isso devido à rotatividade dos cargos de direção do banco, que mudam de titular a cada novo mandato no Palácio dos Bandeirantes. "Mudam as pessoas, mudam as prioridades. Mas, se for bem administrado, o Banespa tem um espaço garantido no mercado." Ribeiro acha improvável que a futura diretoria do Banespa tome as medidas necessárias para ajustar o banco à realidade do mercado -mais competitivo, mais globalizado, mais racional. Para se ajustar, o Banespa terá que fechar as agências deficitárias, reduzir o quadro de funcionários, eliminar benefícios salariais incompatíveis com o mercado e olhar atentamente sua carteira de crédito, sugere Ribeiro. Texto Anterior: Sindicato acha o acerto 'razoável' Próximo Texto: Caso é a maior derrota da equipe econômica Índice |
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