São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Médicos são baleados em assalto no ABCD
CLAUDIA VARELLA
Após retirar os dois feridos e jogá-los no chão, os dois ladrões fugiram com o carro. O assalto aconteceu a duas quadras da casa de Carla, no bairro Jardim (de classe média alta). O Ipanema, cor prata, placas CAJ-3232, de São Paulo, foi encontrado abandonado na avenida Dom Pedro 2º, a 500 metros do local do crime. Até a tarde de ontem, os dois assaltantes não tinham sido presos. Os médicos feridos foram levados para o Hospital Municipal de Santo André e, depois, transferidos para hospitais particulares. Pistola O chefe dos investigadores do 4º DP em Santo André, Marcos Balero, 38, disse que a mesma bala atravessou o corpo do médico e se alojou no pescoço de Carla. "Para perfurar duas pessoas, a arma usada é provavelmente uma pistola semi-automática, calibre 9 milímetros, ou uma 7.65", disse Balero. Segundo ele, não há marcas de tiro no carro. A médica pediatra seria operada ontem, às 17h30, no Hospital Neo-Mater, em São Bernardo, para a retirada do projétil. Ela não corre risco de vida. Segundo Rafael de Nicola, cunhado de Carla, a bala se alojou na traquéia, dificultando a ingestão de alimentos. Internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, Eliezer não precisou ser operado, mas deverá permanecer no hospital até o próximo sábado. O médico Alfredo Salim Helito, 38, que cuida de Eliezer, disse que a bala entrou pelo pescoço dele, do lado direito, e saiu pelo tórax, do lado esquerdo, na altura do omoplata (osso das costas). No trajeto, a bala fraturou um pedaço da vértebra de Eliezer. "O tiro foi para matar. Por milagre, a bala não perfurou o pulmão", afirmou Helito. A mãe de Eliezer, Thereza Nunes Eliezer, 62, disse que a bala passou "perto de tudo que é vital". Segundo ela, os assaltantes chegaram quando Eliezer reduzia a marcha do carro para passar por uma lombada. Segundo Helito, Eliezer deverá ficar com um colar cervical (colete no pescoço) por um mês. O médico disse que Eliezer não reagiu ao assalto. "Dois homens pularam, atirando, em cima dele. Ele disse que perdeu a capacidade de se movimentar por alguns instantes", afirmou Helito. Amigos Eliezer e Carla são amigos de faculdade. Segundo a mãe de Eliezer, os dois fizeram anteontem à noite um exame para conseguir vagas de estagiários na Faculdade de Medicina do ABC. Além de ter um consultório em Santo André, Carla trabalha no Hospital Infantil Faisa, na mesma cidade. Ela mora com o pai, Seitiro Assanuma. A família de Eliezer mora no Jardim Paulistano, em São Paulo. A família de Carla Assanuma pretende denunciar o Hospital Brasil, em Santo André, para onde ela foi levada depois do assalto, por falta de atendimento (leia texto ao lado). Texto Anterior: Morador pede solução para vazamento Próximo Texto: Família critica hospital Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |