São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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É de São Paulo

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi um acordo, segundo o ministro Pedro Malan, quase com ironia no SBT, "extremamente razoável". Mas não foi razoável.
São Paulo -a política de São Paulo- venceu um cabo-de-guerra de um ano com a federação brasileira, para manter o banco.
Anteontem, o governador Mário Covas dizia, sempre mal-humorado, na Jovem Pan, "eu não quero o Banespa simplesmente para dizer que é de São Paulo".
Simplesmente, não -mas também, ou sobretudo, para dizer que é de São Paulo.
E na verdade ainda não é, o que promete conflito.
"O acordo tem que ser aprovado pelo Congresso Nacional", lembravam ontem os telejornais. Congresso que tem um maranhense no Senado e um baiano na Câmara.
Para a história
Foi "a maior arrecadação da história", informou ontem o Jornal da CBN. "O maior desempenho da história", preferiu o secretário da Receita Federal, orgulhoso do serviço.
O problema é que os R$ 84 bilhões do ano passado, arrancados em parte do "aumento de 68% do recolhimento no Imposto de Renda sobre o trabalho", segundo a Voz do Brasil, de pouco serviram. O próprio secretário da Receita tratou de lamentar que "não foi suficiente para reduzir o déficit público".
Não foi e não vai ser. Também ontem, o secretário de Política Econômica admitiu que "o crescimento do déficit pode ser um problema para o real" este ano.
E olha que, para o ano, a Receita promete novo "recorde histórico", desta vez beirando os R$ 100 bilhões.
Arrancados, possivelmente, sobre o trabalho.
Eu aceito
- É legal. Tudo o que é legal eu aceito.
A frase é de um vereador de Contagem, em Minas Gerais, um dos muitos que devem entrar na Justiça, segundo a Globo, para garantir neste janeiro um salário de "mais de R$ 50 mil".
É legal, garante ele, com um sorriso.

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