São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996 |
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OAB vai exigir obras contra inundações
EUNICE NUNES
O pedido da entidade fundamenta-se em dados históricos e científicos. Lembra que as inundações têm sido constantes em São Paulo devido à gradativa impermeabilização do solo urbano e ocupação das várzeas dos afluentes e do próprio rio Tietê. Argumenta que a ocupação urbana desmesurada da cidade seguiu historicamente um processo de "feudalização territorial". Esse processo levou os mais privilegiados a apropriar-se das terras altas, loteando-as e impermeabilizando-as, deixando aos mais humildes as encostas e fundos de vale, desvalorizadas por destinarem-se à contenção das enchentes. Além disso, os bairros foram surgindo sem qualquer planejamento. Isso obrigou os administradores a rasgar vias de acesso nos vales e várzeas (as marginais, por exemplo). Sustenta a OAB que a progressiva impermeabilização do solo urbano (fruto da ausência de fiscalização, programas e obras que obriguem à feitura de áreas de contribuição), reduziu o índice de absorção (infiltração) das águas da chuva a zero, ou seja, 100% de escoamento e nenhuma infiltração. Com base nesses dados, a OAB pede que o Ministério Público entre com uma ação civil pública visando obrigar o Poder Público a adotar um plano de emergência integrado, envolvendo os vários órgãos e entre federativos da região metropolitana de São Paulo. Solicita também que seja estabelecido um programa de auxílio e indenização às populações atingidas pelas inundações, assim como pede a isenção de impostos e taxas para essas pessoas por um período determinado. Por último, pede que seja apurada a responsabilidade dos funcionários incumbidos de prevenir e corrigir danos decorrentes das inundações. Texto Anterior: Danos morais com as enchentes também podem ser indenizados Próximo Texto: Lei dos Juizados Criminais: primeiras questões controvertidas Índice |
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