São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 1996
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C-Bond bate novo recorde e Bolsa sobe

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, subiu ontem 2,04%, fechando cotado a US$ 0,6250. É o novo recorde.
Três foram os fatores apontados pelos analistas para explicar essa valorização: 1) O governo brasileiro voltaria a emitir títulos no Japão (chamados de samurais); 2) A chamada "operação Paraguai", que consiste no pagamento em títulos da dívida externa de um débito que a Itaipú teria junto ao Tesouro; 3) circulou no mercado que o BB estaria comprando.
Os mesmos analistas dizem não entender o motivo de o Tesouro estar facilitando o abatimento da dívida externa. Ela é mais-barata do que a interna.
Com um volume respeitável de R$ 308,730 milhões, a Bolsa paulista fechou a semana com uma alta de 2,06%.
O índice Bovespa, que fechou a 48,465 pontos, voltou ao patamar de setembro de 1995 -anulando perdas acumuladas.
Na área de juros, as taxas continuaram a cair no mercado futuro.
Agora, o mercado prevê para o primeiro trimestre do ano as seguintes taxas efetivas no CDI (negócios com título privados): 2,57%, 2,39% e 2,30%. Ontem, as previsões eram de, respectivamente, 2,58%, 2,41% e 2,35%.
O mercado entendeu que o fato de o BC não alongar o prazo de seus títulos indicaria uma queda mais importante das taxas de juros.
Mais importante. O mercado concluiu que a inflação de janeiro, que será alta (mais de 2% na Fipe), não vai afetar a trajetória das taxas de juros, que continua sendo de queda.
Na verdade, fazendo uma imagem, o juro está se comportando como um cachorro que deseja sair em disparada -desejam as empresas e os analistas. Só que o BC continua segurando o bicho pelo rabo.
A aposta na queda dos juros também bateu o ponto no leilão de títulos do Tesouro.
A LTN de 150 dias foi negociada pela taxa-over de 3,37%. Esse juro é menor do que o que está projetando no mercado futuro.
Queda, além dos juros, só do dólar paralelo. A perda nominal acumulada no mês já soma 1,8%. E deve cair mais ainda, esperam os analistas.

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